XI Maratona de BTT Trilhos da Raia


Foi o Fred que decidiu inscrever-nos nesta prova. Não a conhecia e à data da inscrição não me estava a ver fazer 95km em ritmo de prova, quanto mais 97km com cerca de 2000D+ e com poucos segmentos de descanso. Mas foi isso que acabei por fazer... ou pelo menos enquanto pude.

Sem treinar nada há praticamente 15 dias, com o furacão Joaquim a fazer das suas e a saber de antemão que muitas das mulheres inscritas na maratona não iam para brincar, nunca ambicionei para esta prova um pódio. Tinha no entanto dois objetivos claros: acabar a prova e fazer o arranque com o pelotão da frente dando tudo o que tinha para dar e manter-me a pedalar no aço enquanto conseguisse.

Objetivos definidos, lá fomos nós rumo a Idanha-A-Nova para mais uma aventura. O plano era irmos sábado de manhã para conhecer a zona, mas o Joaquim não nos facilitou a vida e acabámos por só chegar ao final do dia. Fomos levantar os frontais, encontrámos o pessoal amigo da Casa do Benfica da Charneca da Caparica e fizemos com eles uma visita pelo centro cultural e exposição de fotografia da ACIN.

Como entretanto já era tarde e precisávamos de jantar perguntamos onde se podia comer bem e barato e indicaram-nos dois restaurantes. Fomos ao "O Espetinho" mesmo ao pé do hotel e digo-vos... fabuloso! Comemos carne grelhada na brasa, deliciosa, assada na perfeição e em doses de enfartar o mais comilão!


Depois de enfardar como se não houvesse amanhã, rebolámos até ao hotel Estrela da Idanha (que recomendo vivamente pela simpatia e disponibilidade) e dormimos que nem uns anjinhos, não sem antes olharmos uma primeira vez para o track e eu decorar os kms dos inícios das maiores subidas: 8, 22, 32, 42, 48, 65 e 94.


Como de costume, às 5:30 já estava acordada e só ouvia lá fora a chuva a cair impiedosa. "Pode ser que chova tudo até ao arranque" pensei para comigo, mas ora mais forte ora intermitente, a chuva não parou de cair neste dia. Do mal o menos, não estava muito frio e o vento também não chegou a sentir-se.

Antes da partida, ainda houve tempo para o cafézinho da praxe do Fred e para cumprimentarmos mais dois amigos do pedal, o Ricardo e o Carlos que tinham optado pela meia maratona. Café bebido, graçolas trocadas e fizemo-nos à partida onde quis o destino que à minha frente, no controle zero, estivesse a que acabou por ser a primeira classificada feminina, a Marju Kivi. O Fred diz-me que é uma das fortes pelo que decidi na hora que havia de conseguir avançar tanto quanto ela naquele aglomerado de gente. E foi assim que com uns com licença aqui e ali, ficámos nas primeiras filas rodeados de espanhóis barulhentos que nem deixavam ouvir o briefing. Nesse momento, não sentia chuva, não sentia falta de treino, não sentia nada a não ser que queria partir a "dar-lhe". E dei-lhe.

Ao som da partida, esgueirei-me como pude pelos que partiam à minha frente e tentei manter-me na cola do pelotão da frente. Às tantas calho a reparar na velocidade a que íamos: 40km/h. Pensei, mau... será que isto está avariado? Tentava espreitar para trás e via pouca gente. A estrada continuava e a velocidade sempre na casa dos quarenta e poucos, trinta e muitos e eu a sentir-me bem contudo fiquei com medo de me esgotar logo aqui e decido abrandar um pouco mantendo sempre o pelotão no meu campo de visão.

Não via o Fred desde a partida mas sabia que ele não iria conseguir manter este ritmo por causa da sua transmissão de bonecas, no entanto, também sabia que mais tarde ou mais cedo ele iria apanhar-me por isso ia descansada. O meu foco estava no facto de à minha frente ter o primeiro pelotão com os primeiros 30/40 atletas em prova. Ai carambas, que emoção!

Quando entramos nos trilhos apanho o pelotão e vejo que no seu meio vai uma rapariga. Sendo que aquele era o primeiro bloco de atletas, tirando um ou outro movido a jacto, esta seria provavelmente a única à minha frente. Catano! Sabia que não iria conseguir manter o ritmo deste pelotão até ao final, até porque a minha quinze quilos não se revela muito minha amiga nas subidas, mas também sabia que havendo um lugar no pódio no horizonte, quem viesse atrás tinha mesmo que pedalar se quisesse ficar com ele.


Pouco depois de entrármos nos trilhos, passa a Kivit a martelar pedal como se não houvesse amanhã e em menos de nada também passou a rapariga que seguia à minha frente. Foguete! Quando chegámos à primeira subida por volta dos 8km deixei-as ir ao ritmo delas e comecei a minha gestão de corrida. Passei a querer aquele possível terceiro lugar e até à subida de Monsanto tudo para mim é uma névoa. Ia de tal forma concentrada que só via o trilho e quem ia à minha frente, preocupando-me apenas em pedalar o mais forte e o mais rápido que podia e sabia.

No primeiro controlo pergunto quantas mulheres já tinham passado e dizem-me duas ou três. Boa! Quer dizer que devem mesmo ter sido apenas duas e continuo com garra por ali fora até ao momento em que na zona de divisão entre a maratona e a meia me gritam um "só ainda passou uma mulher para cada lado!" e oh meus amigos! Que injeção de adrenalina! Estava em segundo e agora é que tinham de pedalar mesmo se me queriam deixar sem um lugar no pódio.

Fiz a subida a Monsanto toda sem desmontar, e se escorreguei e levei o pé ao chão por três vezes também por três vezes voltei a montar naquela íngreme calçada romana molhada. Estava decidida a não facilitar e a asma que dava o ar de sua graça nestas alturas provava isso mesmo. Quando cheguei ao cimo de Monsanto confirmei que a primeira ia com cerca de 10 minutos de avanço e desci por ali abaixo ultrapassando ainda um ou dois pelo caminho.

Mesmo com todos os avisos de cautela nesta descida não a achei tão perigosa como o single que se lhe seguiu. Primeiro umas subidas com pedras enormes cheias de musgo seguida de uma descida com o mesmo tipo de piso e com drops pelo meio. Uma loucura de trilho mesmo ao meu gosto, técnico e puxado mas nada que me assustasse ou não fosse o tipo de trilhos que costumo fazer com a minha malta ATX.


No fim da subida dos 32km volto a ser apanhada pelo Fred (que tb me tinha apanhado no primeiro abastecimento mas tinha acabado por ficar mais para trás na subida ao Monsanto) quando tive de parar por causa da asma e optei por tomar um gel para não chegar a sentir fadiga. Seguimos quase juntos por mais uns kms, sempre de prego no fundo, até eu perceber a meio de uma descida bem rápida que o travão de trás já era e que o da frente só abrandava. À conta disso e da lama que me saltava para a cara e que me obrigava a fechar os olhos mais do que é recomendável, sou obrigada a fazer uma travagem com derrapagem incluída porque não vi a curva que se aproximava. Parada em segurança, sou ultrapassada por dois espanhóis enquanto tento limpar os olhos o melhor que posso. 

O Fred chegou quando estava pronta a arrancar e diz-me que acabei de ser ultrapassada por uma mulher. Nem me tinha dado conta, mas tínhamos cerca de 40km e eu não lhe ia entregar assim o segundo lugar. Pedalamos a fundo até a voltar a ter no meu campo de visão e confirmei pelas pernas que era mesmo uma mulher, Mayte Pavesio de seu nome. Sacana que pedalava bem e segundo o Fred já não era nova o que elevava ainda mais o meu respeito por ela.

De imediato definimos uma estratégia: pedalar o resto da volta sempre na roda dela, para não me cansar desnecessariamente e ter energia para um ataque final se fosse necessário. Foi assim que seguimos ao mesmo ritmo deles até uma subida bem empinada onde todos somos obrigados a desmontar no final. Ela ia a abrandar o ritmo, o que mostrava que tb ia a ressentir a dureza do caminho e eu era obrigada a abrandar também se não a queria passar.

No final da subida sou um género de sombra dela. Ela caminha, eu caminho. Ela pára, eu páro. Ela monta, eu monto, Ela arranca, eu arranco. Ela desmonta, e eu equilibro-me na bike para não a passar. Ela monta e desmonta e eu, já com a minha roda na roda dela, acabo por a passar. E passo, e deparo-me com uma bruta descida seguida de uma bruta subida e decido que havia de fazer a última só com o balanço da primeira e zás... voei por ali fora. Como já sabíamos, ao fazer isto foi como lhe tivesse chegado lume ao rabo e trucas, daí a nada passou-me a rasgar com uma expressão que não enganava. Ela também queria aquele segundo lugar.

Lá fomos assim no ritmo alto que ela impôs até chegarmos à segunda ZA. Aí chegados, ela e o seu companheiro praticamente nem pararam mas nós saímos mesmo das bikes e tratamos de nos alimentar. Com as condições que estavam não podíamos facilitar e tínhamos de manter a energia se queríamos aguentar até ao fim com um ritmo alto. Aí somos avisados que vamos apanhar um troço muito complicado de barro pela frente pelo que decidimos lavar as correntes e por-lhes óleo, mais que não fosse só para deixar de ouvir a barulheira que vinham a fazer.

Arranquei na frente do Fred em ritmo moderado e quando me deparei com o barro tomei a decisão que ditou fim da minha prova: segui o exemplo dos que iam à minha frente e empurrei a bike subida acima transformando a minha 15kg numa faty bike com mais de 20kg.

Sinceramente, acho que deviam ter tomado a decisão de cortar este troço. Mais valia que nos tivessem feito andar em estrada uns kms para unir novamente o percurso, ou encurtado a volta, do que o que se passou ali que não foi mais que estragar material e desgastar-nos sem sentido.

É quase no final deste segmento de barro lamacento que volto a avistar a Mayte e isto significava que tinha ali perdido os largos minutos que levava de vantagem. Ia manter a estratégia escolhida e observá-la. Quando voltou a pedalar fê-lo sem grande ritmo e eu deixei-a ir, dedicando ainda tempo a retirar o máximo de lama possível da bike. Mas voltei a apanhá-la numa nova subida curta, íngreme cheia de barro também. Desta vez opto por subir com a bike às costas para tentar que não volte a ficar no mesmo estado mas ainda assim, tenho de fazer um compasso de espera para não subir mais rápido que ela. Era notório que ela estava cansada e que tinha quebrado mais do que eu e isso jogava a meu favor. Do que tínhamos visto, ela tinha uma pedalada constante, mas acusava desgaste nas subidas. Começamos a descer e é só lama a saltar por todo o lado, eu praticamente sem travões, de olhos fechados muitas vezes e a ver que a ia passar porque mesmo a "travar", a bike continuava a ganhar velocidade.

Íamos com cerca de 50km e eu sentia-me cheia de energia. Era só manter-me assim e havia pernas para o sprint final se fosse preciso! Ia perdida nos meus pensamentos quando sinto que esgotei as mudanças. Vejo-a a ganhar distância, tento pedalar mais depressa mas era em seco. Penso "bolas, nós vamos depressa mas não tinha ideia de ir assim tão depressa!" para logo a seguir pensar: "huummm... mas como é que eu não esgotei as mudanças naquele troço de estrada que era plano e íamos a esgalhar e esgoto agora?!".

A resposta veio na primeira subida quando eu tento reduzir e o shifter direito nem ai nem ui. Olho para o shifter e diz que vou em 10ª, olho para a cassete e vejo que vou em 3ª. Já foste, pensei eu. E pensei bem.

Páro e tento perceber o que se passa. Chega o Fred e tentamos perceber onde está o problema. Pouco depois somos apanhados pelo Bruno e o Hugo da Casa do Benfica e lá tentamos ver se safamos a coisa, mas não havia nada a fazer. Nem o shifter nem o desviador tinham lama ou pedras visiveis que justificassem não se mexerem. Arrepiei-me com frio e quando olho para a cara de todos vejo-os enregelados. Estávamos encharcados, cheios de lama e se a andar não se sentia o frio, parados era impossível. Decido que nada justificava uma pneumonia pelo que assumo a derrota e digo para seguirmos. Ainda tentei meter uma 5ª e seguir assim, mas como o desviador não mexia ela voltou logo a saltar para a 3ª.

O sentimento de frustração começou aí formar-me uma bola no peito. Cum catano, sentia-me excelente, a segunda ia cansada, metade do caminho estava feito e só haviam duas subidas mais duras à frente, pelo que tinha tudo para conseguir fazer o bonito como nunca tinha imaginado possível. No entanto, não queria perder já a esperança e desejava que na próxima ZA tivessem água para lavar os componentes e que isso me devolvesse as mudanças para poder ir atrás do prejuízo.

Ao entrarmos numa povoação damos de caras com um chafariz e voltei a ganhar ânimo. Lavámos a bike todinha e o Fred tentou tudo para me devolver a transmissão mas sem sucesso. Eu estava a gelar, ele estava a gelar e só havia uma decisão a tomar: assumir que a competição tinha terminado ali e seguirmos tal como estava. Foi o que fizemos e uns metros depois surge o terceiro posto de controlo. Perguntam-me se nos estava a correr bem a prova ao que respondo "estava até agora, fiquei sem travões e mudanças". Prontamente se oferecem para me levar de volta com eles mas isso nem pensar! Desistir é que não estava mesmo nos meus planos, muito menos aos 60km de prova.

Arrancamos e não havia nem subidas nem descidas para me valerem pelo que nada mais posso fazer senão seguir com o balanço que a bike lá desencanta. Em menos de um quilómetro sou passada por uma mulher que tinha chegado ao controlo quando já nós estavamos a arrancar e é nesse momento que tudo me cai ao chão. Toda a frustração e raiva destroem-me quando ela e o seu companheiro me passam em ritmo de passeio e em alegre converseta.

Que derrota tão inglória. Se tinha vindo para esta prova sem qualquer ambição, nesta altura sabia que o segundo só não seria meu se não soubesse gerir o meu esforço ou se não tivesse pernas para uma possível disputa no final. Perder esse lugar por uma avaria mecânica não estava definitivamente na minha lista de possibilidades. Chorei, amarrei o burro, chorei, e deixei de poder ouvir quem fosse. Pobre Fred que não sabia o que fazer. Disse-lhe para simplesmente não me dizer nada e lá segui a sofrer nas subidas, a dar-lhe nas descidas (hoje olhando para trás nem sei como não me matei em nenhuma) e a arrastar-me numa morte lenta nas zonas sem inclinação.

Sofri a sério mas só psicologicamente porque de resto estava impecável, e, é por volta dos 75km quando uma chuvada descomunal nos apanha numa das retas em que seguimos quase parados que penso pela única vez em desistir. Mas afinal o que é que estava ali a fazer? Não havia paisagens para apreciar, não havia nada a ambicionar, nada a conquistar, apenas arriscar uma valente constipação e um melão do tamanho do mundo para gerir. O problema é que não fui feita para deixar as coisas a meio e sei que se o fizesse ainda me iria sentir pior do que sentia naquele momento.

Nos quilómetros seguintes, já sem moral nem ambição, as pernas não colaboravam nas subidas o que me fez desmontar sempre que a mudança esgotava e a garra era chamada a ajudar. Desci muitas vezes com o credo na boca e a desejar que não me aparecesse nenhuma surpresa que me obrigasse a travar de repente. E, fomos passados por alguns atletas que nos atiravam as típicas frases "vá que está quase!" ao que respondia apenas com uns grunhidos para não os mandar ao bilhar grande. Definitivamente, naquele momento eu não era uma pessoa bonita e nem os quilos de lama que me cobriam conseguiam disfarçar isso.


Quase à chegada da meta, no final da subida da Idanha-A-Nova (que violência!) vejo que estamos a aproximarmo-nos de um dos que nos tinha passado e digo ao Fred: bonito era passarmos aquele! Ainda ensaiei um ataque mas a garra não estava lá e ao ameaçar desistir entra o Fred em ação e incentiva-me a seguir aumentando ele o ritmo. E eu, bem mandada e aproveitando o facto de estarmos a subir, desato a pedalar, passo o rapaz e entro largada na descida de acesso à feira e acabo a ouvir um "tu vai com cuidado!". Sinto o Fred a ficar para trás e quando entro no recinto da feira grito-lhe "Andaaaaaa!" enquanto aperto o mais que posso as manetes do travão para garantir que acabamos juntos. É assim mesmo que chegamos ao fim, juntos. Mas nem uma ponta de felicidade senti naquele momento. Só frustração. Senti-me pequenina. Impotente. Sem vontade que me dissessem o que fosse.

Hoje, um dia passado sobre o assunto. Sabendo que dos 250 inscritos na maratona apenas 104 a acabaram, que nem sequer fui a última mulher a acabá-la muito menos a última atleta. Vendo bem o que fiz nos primeiros 50km e a minha prestação no arranque, sei que enquanto pude eu portei-me melhor que a encomenda. Também sei que mesmo já sem as mudanças e com um abrandador no lugar dos travões, só quebrei nas subidas em que desmontei por falta de motivação para resistir ao sofrimento. Hoje olho para trás e reconheço que fui mais forte do que imaginei que seria capaz. Mas saber que a segunda classificada acabou com menos de 50m de avanço sobre mim mata-me e vou demorar a deixar de sentir o amargo de boca ao lembrar-me do quarto lugar que tinha tudo para ser um segundo.

Quanto à prova em si, excelente. A organização está de parabéns pelo percurso, pelos abastecimentos de luxo e pelas marcações irrepreensíveis. Só tenho mesmo duas sugestões de melhoria que acho que podem fazer a diferença em edições futuras. Que tivessem algum tipo de apoio em termos de mecânica porque 97km são muitos quilómetros, e, que em casos de mau tempo como o que se fez sentir ou outra condicionante que pusesse em risco a segurança dos atletas ou que a probabilidade de estragar material é superior ao benefício que se tira de determinado segmento, que optassem por rever o percurso.

Finalmente, resta-me agradecer ao Fred que me apoiou do início ao fim e aturou no final. Que cuidou de mim de todas as formas que estavam ao seu alcance e ainda acabou a partilhar comigo as minhas dores. És enorme e agradeço todos os dias termos tropeçado um no outro nesta altura das nossas vidas.


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